quinta-feira, abril 26, 2007

Susto no Morumbi

Dante Baptista

Se Galvão Bueno estivesse narrando a partida, teria dito algumas vezes "Haja coração, amigo!", "Que sufoco!" e "O jogo está dramático!!!".

E teria dito com razão. Diante do Audax Italiano, o São Paulo quase transformou uma partida tranquila em um pesadelo com o empate em 2 a 2.

Que fique bem claro: o Audax é fraco, bem fraco. Joga como boa parte dos times chilenos: corre pouco, marca pouco e carece de jogadores de qualidade. Ontem mesmo, só tinha o atacante Moya.

Por isso mesmo, quando o São Paulo fez o primeiro gol, logo no início do jogo, com Richarlysson, o sinal era de goleada.

Aloísio era o melhor em campo e deixava os companheiros na cara do gol. Mas o pecado nas finalizações persistia. Porém, o São Paulo parecia jogar em câmera lenta. O meio campo não criava, nem se movimentava. Restava aos zagueiros o chutão para o ataque, confiando em Aloísio.

Por isso mesmo, a sensação de que algo de ruim poderia acontecer era latente. E aconteceu.

Depois de jogada estranha, Moya recebeu a bola e cruzou para a área. De Santo empatou. E o São Paulo tremeu.

Souza, que não conseguia acertar um mísero cruzamento, cruzou baixo e Aloísio - o melhor em campo - desempatou.

Mas nem isso tirava a sensação de que algo ruim poderia acontecer. E aconteceu de novo. Em jogada irregular, o Audax empatou novamente. Logo depois, um escanteio para os chilenos. E a classificação tranquila, em primeiro lugar do grupo, poderia virar uma eliminação precoce.

Muricy tardou para mexer na equipe. Manteve Junior, que fez péssima partida (mais sobre ele nas notas do blogueiro), sacou Hugo e colocou Jorge Wagner, um sopro de lucidez no meio.

E a pane de sábado passado pairou de novo sobre sua cabeça. Sacou Aloísio, que disse ter pedido para sair, e colocou Marcel. O São Paulo quase desempatou em cobrança de falta de Rogério, que o estranho Peric defendeu bem.

Com o empate, o Tricolor fica com a segunda colocação no grupo, atrás do Necaxa. Pega o Grêmio, de Tuta e Amoroso no ataque, e a segunda partida será no Olímpico.

* * *

* Junior pediu, reclamou, plantou noticias de uma eventual transferência, tudo para ser titular do time. Teve e vaga e decepciounou. Não correu, não apoiou, não criou, não auxiliou nas jogadas de ataque... nada.

* Ia começar a criticar o Souza agora, por conta dos vários erros de cruzamento. Mas lembrei de algo mais complicado. Quando um jornalista critica, elogia, volta a criticar, criticar, depois elogia e critica novamente, é sinal de que o jogador está irregular, em má fase. Souza não lembra, com a 10, nem de longe o mesmo Souza de 2006, que usava a 21. Lembra o Souza de 2003, preguiçoso e inoperante, que usava a 10.

* Lenadro se movimenta, procura tabelas, corre, ajuda na marcação, mas está longe demais do gol. É mais um meia, queq se confunde com Souza, não um atacante. Dagoberto, se voltar bem, entra na vaga de um dos dois.

* Casagrande analisou bem ontem: falta um jogador de criatividade no São Paulo. Hugo é bom, tem habilidade, mas não cria. Souza poderia criar mais, mas está mal. Richarlysson é volante e falta habilidade para isso. Muricy precisa arrumar soluções.

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho que mesmo que um ou outro jogador não esteja bem, o time está voltando a ter características odiadas pelos tocedores em 2004: Perder um jogo ganho, falta de calma e cabeça no lugar, desespero.