Sou do tempo da lei do passe, apesar dos meus 22 anos. Antes, um jogador chegava a um clube grande (normalmente vindo do interior) com 23, amadurecia com 26 e chegava à Europa no auge. Foi assim com Raí, Leonardo, Mauro Silva, Dunga, Cafú e tantos outros. A relação entre clube e jogador sempre pendia para os lados do clube.
A lógica do mercado europeu agora diz que o jogador tem que chegar lá mais cedo, para jogar bem e ser revendido com mais experiência. Ou seja, um jogador com 17, 18 ou 19 anos estaria na idade perfeita de chegar ao velho continente, para depois ser negociado por uma quantia ainda maior. Cristiano Ronaldo, por exemplo, pode ser vendido por uma quantia astronômica, e ele tem apenas 21 anos. Alexandre Pato já é o jogador mais valioso do Brasil, pela sua idade.

Aí você me pergunta: 'Qual é o problema disso?' É simples. São poucos os jogadores que se destacam no velho continente (em comparação aos que chegam). Para cada Kaká, há centenas de outros que não vingam.
E o que acontece com eles? Voltam ao Brasil para recomeçar a carreira, e descobrir que ainda estavam imaturos demais para aguentar a pressão de outro país, clima, cultura, língua, alimentação e até futebol. Descobrem que ainda não dominam todos os fundamentos e, jogando em clubes com pouca exposição, ficam distantes de objetivos como a Seleção Brasileira.

São poucos os times na Europa que seduzem (ou deveriam) jogadores brasileiros: Manchester, Arsenal, Chelsea (Liverpool) na Inglaterra; Real Madrid e Barcelona (Valência e Sevilla) na Espanha; Milan, Inter, Juventus e Roma, na Itália, Lyon na França e o Porto, em Portugal. Fora isso, a chance de dar com os burros n'água é grande.
Um comentário:
Belo post!
Concordo e assino embaixo. Acho que isto pode causar ainda danos maiores ao futebol brasileiro. O nível dos campeonatos já caiu e a própria revelação de novos craques está comprometida, já que os clubes não possuem a mesma estrutura e jogadores de qualidade.
Abs
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