Foto: Wilton Junior/AEDante Baptista
Gostaria, sinceramente, de entender o porquê dos ataques ao milésimo gol do Romário. Tanta gente já descobriu, redescobriu e re-redescobriu a contagem de gols para provar que Romário está errado e não chegará ao milésimo gol.
Juca Kfouri, em seu blog, comentou após os três gols marcados contra o Volta Redonda: "Agora faltam só 88 para o gol 1000". Apesar de ser minha leitura diária, fui obrigado a discordar visceralmente do blog dele.
Não contesto aqui a lista de mil gos de Romário, que conta jogos amistosos, no infantil, juvenil, em jogo anulado, e se bobear, até jogando gol-a-gol com seu filho Romarinho. Para mim, tanto faz!
A questão é: por que não pode ter nenhum acontecimento no futebol moderno?
A opinião pública parece ser regida pela síndrome do 'antigamente'. Antigamente o futebol era jogado com paixão, os atacantes de antigamente eram melhores, antigamente a Copa do mundo não era tão fácil, antigamente o Romário era bom... e assim vai. Parece existir uma recusa a aceitar que algo de bom pode acontecer atualmente na história de esporte.
Romário é um dos grandes atacantes da história do futebol mundial, senão o maior. Além do número de gols, é exemplo de adaptação e longevidade. O levantamento do Globoesporte.com mostra que o Baixinho fez mais gols acima dos 30 anos. Soube mudar de característica para continuar a jogar em alto nível, e assim consegue jogar aos 41 anos.
"O Baixinho [...] teve a melhor temporada da sua carreira em 2000, quando tinha 34 anos. Marcou 73 gols, foi campeão Brasileiro e da Copa Mercosul. Outros craques brasileiros alcançaram tal feito bem mais novos. O melhor ano de Pelé foi em 1961, quando ainda tinha 21 anos e marcou 111 gols. Zico fez 82 gols em 1979, aos 26 anos.", mostra o site, comparando Romário a Pelé e Zico, dois maiores artilheiros da história do futebol brasileiro.
Ah, e Romário bateu o recorde de artilheiro mais velho da história do campeonato brasileiro, com 39 anos, pelo Vasco da Gama em 2005. A marca anterior era de dele mesmo, aos 35 anos, pelo Vasco em 2000.
O milésimo gol do Romário não é um feito só para ele.. é um acontecimento do futebol brasileiro! Conseguir jogar com 42 anos é um feito até pro esporte, que vê um jogador velho com 30, 33 anos.
Enquanto sua busca não atrapalhar o bom andamento no Vasco, "DEIXA O HOMEM JOGAR!!!!!"
4 comentários:
Como sempre... vou me dar o direito de discordar de vc. Principalmente no que se refere a chatisse do milésimo gol do Romário. Pelé não é o rei do futebol por marcar mil gols. Talvez a marca antes dos 30. Mas isso aliado ao seu futebol extraordinário para a época - e paro por aqui minha série de elogios ao "rei do futebol" (Salve, Garrincha, o verdadeiro Nobre da bola).
Romário já está na história. E ponto. A marca poderia ser a evolução do estilo de jogo com o passar da idade que vc fala. Mas não: o pigmeu insiste na balela dos mil gols. E????
Romário já perdeu a oportunidade de encerrar a carreira. Está fazendo hora extra no futebol. E tenho dito.
PS.: vou me dar outro direito, o de não comentar a última frase.
Mais um clássico exemplo de síndrome de Antigamente.
Por que SÓ o Pelé pode fazer um jogo festivo e comemorar o milésimo gol e o Romário não?
Por que isso incomoda tanto?
Gatíssimo, o problema não está no milésimo gol. O problema está numa luta desenfreada e inútil para alcançar algo que não muda nada na história. É uma marca incríviel. OK, não nego. No mundo da bola tupiniquim o belo não está em alcançar a marca alguma: a trajetória é, indiscutivelmente, o essencial.
Vou entrar na briga, mas de leve.
Sou a favor do milésimo gol de Romário sim. No entanto, não acho bacana o baixinho jogar na Arábia, na Austrália e sei lá mais aonde (além de brigar na Fifa pra conseguir jogar de novo no Vasco) pra alcançar logo essa meta.
Apoio o atual momento dele, espero que ele alcance o milésimo gol neste ano.
Ele não precisa apelar. Como mostra o texto do Dante, ele teve e ainda tem um faro de gol único.
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