quarta-feira, dezembro 20, 2006

Um esporte, diferentes escolas

por Dante Baptista

Quando comecei a me interessar por futebol, lá pelos meus sete anos, meu pai me explicou o princípio básico do esporte por meio de uma lógica simples. "Se você fizer um gol a mais que o seu adversário, você ganha o jogo." Ou seja, ganhar por 8x7 ou 1x0 tem o mesmo efeito.
Não tinha me dado conta na época, mas meu pai havia me ensinado o 'Brazilian Way' de jogar futebol, que prioriza o ataque, o jogo bonito (sem alusões a marcas esportivas).

Depois de muitos anos, ouvi o comentarista italiano Claudio Carsughi dizer que "Se o seu time não tomar gols, ele não perde o jogo. No máximo empata". Lógica simples, também: o pior que pode acontecer é um 0x0, que vale um ponto. Essa frase resume o modo italiano de jogar, primeiro na preocupação defensiva, para depois atacar. A visão de esporte semelhante á tática de guerra. Anular o adversário, ocupar os espaços e construir a vitória.


Duas concepções totalmente diferentes, mas que levam a uma grande discussão. Quem está certo, o brasileiro ou o italiano? Qual é o melhor jeito de jogar? Ofensiva ou defensivamente? As duas culturas somam 9 títulos mundiais, em 18 disputados, com vantagem para o Brasil, 5x4.

Um brasileiro argumentaria que o objetivo do futebol está no gol. E para fazer o gol é necessário atacar, passar pelo adversário com dribles, bons chutes, jogadas de ataque. E, para quem assiste, nada mais prazeroso do que ver um jogo repleto de alternativas, com habilidade; já que o esporte é um espetáculo para o público. E, mesmo sendo um negócio, entretenimento tem que ser algo prazeroso para quem paga, e nada melhor que um futebol bonito.

Já o italiano argumentaria que não importa uma ótima equipe, que ataca e oferece espaços. Se o objetivo do jogo é vencer o seu adversário, não se pode dar espaços para ele. O mundo já viu grandes times, que perderam. Exemplo maior disso foi a Seleção Brasileira de 1982, que tinha um time espetacular, mas não se preocupava tanto com a defesa. Futebol hoje é negócio, e nenhum executivo gosta de prejuízos.

E você, leitor? de qual lado fica?

2 comentários:

Anônimo disse...

"Dante, esse lance de querer ver o futebol arte é mesmo uma coisa de brasileiro e sul-americano (grossamente generalizando). Mas, por incrível que pareça, há quem goste (tem uns que até tara têm) do embate tático. Há comentaristas que deixam isso claro, sem vergonha de ser feliz. E, confesso, sou um dos que curte entender as engrenagens das equipes (apesar de ainda estar longe de ser um comentarista). Claro que não desprezo os lances bonitos do jogo, mas um bom duelo tático às vezes também pode ser um bom entretenimento. Abração!"

Anônimo disse...

Bom , na minha opinião apoio os brasileiros. Nós jogamos com mais riscos, tendo a possibilidade de acertar mais e infelizmente errar mais. Aquele velho ditado "quem não arrisca não petisca".
Os brasileiro tem fome de jogar ... uma vontade que nenhum time tem, apesar q na copa passada, foi realmente isso q faltou. Vcs podem ver pelos novos .... entram no jogo e fezem bonito, isso pq eles tem a vontade, diferente dos Famosos "R"s da seleção que tão careca de jogar na copa!!!
Finalizando ...
Jogar na defensiva e jogo de covarde!
Por isso q eu prefiro a maneira de jogar dos brasileiros!!!